O pensamento chinês é bem diferente do Ocidental. Ele não considera a parte sem o todo. Tudo está ligado no Universo por intermédio de uma rede infinita de fluxos de energia entrelaçados.
Essa rede está em constante movimento. Nela há padrões específicos de relacionamento entre os seres e tudo o que existe. Eles são, ao mesmo tempo, típicos e mutantes [1].
Em termos humanos, tudo o que ocorre depende da inter-relação dos diferentes padrões dentro do indivíduo. E dele com os outros e com o meio ambiente.
Essa concepção tem aplicação na prática clínica em relação ao diagnóstico, tratamento e prognóstico. A compreensão do estado do doente no contexto do meio em que vive, em determinado momento, fornece o entendimento de como a enfermidade se instalou no passado e como ela poderá evoluir no futuro, caso o tratamento não seja iniciado. A doença, nessa visão, tem sempre uma dimensão psíquica.
Para detectar os padrões de determinada enfermidade, na Medicina chinesa deve-se trilhar o vasto interrogatório de sintomas que levam à compreensão daquele modo de adoecer.
[1] Ross, J. Sistemas de orgãos e vísceras da Medicina Tradicional Chinesa